Acordei ansiosa. Não simplesmente porque amanhã é meu aniversário, mas estou assim pelas possibilidades: como vai ser meu dia 6 de setembro, como vai ser meu final de semana, como vai ser meu novo ano. Estou sem emprego, sem estudar, sem terminar um livro há 5 meses, sem fazer atividades físicas com frequência, sem me alimentar como eu deveria, estou sem grana e no momento sem sono, mas estou cheia daquilo que mais me importa: amor. Há alguns meses estava preocupada se veria meu pai no dia dos pais ou se estaria junto da minha família no dia do meu aniversário. Hoje sei que as pessoas que mais me importam estarão comigo, cantando parabéns pra mim, enquanto eu dou risada, bato palmas e mentalmente agradeço à Deus por estar onde estou com aqueles que eu amo.
Por um segundo pensei que o ciclo que está se encerrando foi tão vazio. Talvez eu é que esteja me esvaziando para deixar o novo entrar. Mas, o ciclo que passou teve luto, teve despedidas, teve reencontros, teve dias maravilhosos, teve dias detestáveis, teve muitos abraços, autoconhecimento, resignificado de muitos desafios que eu passei, foi como um verdadeiro balão estourando: cheio, intenso, explodindo mas no final a gente dando risada.
Um novo ciclo não significa esquecer o que passou, significa pensar sobre o que aconteceu e a lição que podemos tirar disso. As preocupações não deixarão de existir porque é meu aniversário, mas depois de um ano bem cheio, ganharão peso diferente. Agora, por exemplo, estou preocupada se a cor dos balões para a comemoração será roxa ou amarela. Mas, para ser sincera, isso não importa de verdade... na vida tenho muito amor, então já tenho tudo o que preciso.
