Hoje a gente não transou. Ele estava cansado, ainda não sei bem se era mais cansaço físico ou mental, mas estava cansado, na testa dele havia um bilhete de “Não vou transar hoje”. E tudo bem. Ninguém assina um contrato de namoro com a quantidade de dias que se têm de transar durante uma semana. Mesmo assim, foi engraçado, aquela necessidade de explicar porquê só viraríamos pro lado e dormiríamos, sem fazer a cama pegar fogo como de costume.
Não estou aqui para ficar me exibindo mas sim, o fôlego que temos daria inveja a qualquer casal de adolescentes. Mas hoje, em muito tempo, a gente só se beijou e dormiu. Foi engraçado, porque agora estou me perguntando se os casais que costumam transar, sei lá, uma vez na semana dormem todos os outros dias com o sentimento de “puts, não vamos transar hoje”.
Entendo que é natural esse ritmo diminuir com o tempo, que transar não é uma obrigação – se for, você está na relação errada –, que tem gente que tem dia para transar, que às vezes a rotina, o cansaço, os problemas, minam esse desejo de sentir o outro, mas hoje, as explicações dele significaram tanto um “eu te desejo, eu te amo, eu te quero, mas estou exausto”, sem nenhum ar de obrigação, apenas um singelo pedido de desculpas, por algo que é a coisa mais natural do mundo, que eu ainda estou aqui, olhando ele dormir, sorrindo porque a gente não transou hoje.
