Acho que não sei quem sou, só sei do que não gosto


De tudo o que aprendi em 2018, o que de mais importante eu reforcei é que a vida não é feita de coisas, mas sim de experiências. De nada vale algo se você não souber como usar, com quem usar, quando usar, como aproveitar... as nossas experiências e aquilo que fazemos com elas é o que há de mais importante. Aquilo que sentimos enquanto vivemos é a única coisa que realmente é nossa. E não é uma "coisa".
      Eu chorei tanto nesse ano - pra ser sincera, eu enfrentei os meus próprios demônios. Mas em contrapartida, tive ao meu lado pessoas tão boas e preocupadas comigo. Não era por conveniência, interesse, por qualquer coisa deste tipo, era simplesmente por mim. Eu gritei, eu fui egoísta, eu tive raiva, eu quis sumir, eu criei brigas desnecessárias, eu evitei pessoas, eu faltei uma semana de trabalho, eu não saí da cama por um dia inteiro, eu quase acabei com as poucas amizades que eu tenho e, mesmo assim, estas pessoas ainda permaneceram ali, do meu lado. Eu tive anjos enviados por Deus, eu tive ao meu lado pessoas que não desistiram de mim, mesmo quando eu estava num buraco, que eu mesma cavei, ou em qualquer canto que eu queria ficar.
         Hoje eu percebo como sou tão frágil. Mas como Deus me faz tão forte. Hoje eu olho pra trás e vejo que tudo o que aconteceu na minha vida, absolutamente tudo, se encaixa perfeitamente. Aquilo que deu errado tinha que dar errado, aquilo que eu fracassei tinha que fracassar, as escolhas que eu fiz, os tropeços no meio do caminho, as estradas escuras e inseguras, as pessoas que chegaram e saíram da minha vida... tudo era pra ser como foi, para eu ser quem eu sou agora.
          Esse ano foi, de longe, o mais desafiador. E o mais construtivo. Olhar pra dentro é algo tão difícil. Mas não estou aqui pra reclamar não, tenho somente a agradecer por ser tão privilegiada: por todos os ensinamentos que vivi, por tudo aquilo que me fez crescer, pelas pessoas que passaram e pelas que permanecem ao meu lado.